A importância da obra Úrsula de Maria Firmina dos Reis: um libelo contra a escravidão em forma de romance

Neste artigo analisamos o romance Úrsula, de autoria feminina, Maria Firmina dos Reis, escrito em meados do século XIX., sob o enfoque da análise do discurso, embasada nas obras de Bakhtin e o Círculo russo, atendo-nos à investigação contextual e formal. A escritora, em decorrência do meio patriarca...

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Principais autores: Fanini, Angela Maria Rubel, Passos, João Carlos dos
Formato: Artigo
Idioma: Português
Publicado em: Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) 2020
Acesso em linha: http://periodicos.utfpr.edu.br/cgt/article/view/10503
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id peri-article-10503
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spelling peri-article-105032022-10-18T23:23:07Z A importância da obra Úrsula de Maria Firmina dos Reis: um libelo contra a escravidão em forma de romance Fanini, Angela Maria Rubel Passos, João Carlos dos 80206000 Literatura Brasileira; Cultura afro-brasileira; Maria Firmina dos Reis. Neste artigo analisamos o romance Úrsula, de autoria feminina, Maria Firmina dos Reis, escrito em meados do século XIX., sob o enfoque da análise do discurso, embasada nas obras de Bakhtin e o Círculo russo, atendo-nos à investigação contextual e formal. A escritora, em decorrência do meio patriarcal em que viveu, foi reconhecida somente no século XX. Sua obra é o primeiro romance abolicionista no Brasil. O romance é importante documento de época, trazendo, a partir da formalização estética, o cotidiano de homens e mulheres escravizados, vivendo em fazendas e casas de seus proprietários no Brasil oitocentista, estado do Maranhão. A composição do romance é bastante simples no que concerne à elaboração das personagens. As vozes que surgem das situações narrativas se descolam da ação e se veiculam como falas didáticas cujo intuito é a crítica ao cativeiro. Todas as vozes se assemelham em temática e forma, reduplicando-se. O contexto narrativo lhes dá certa autonomia desde que sirvam ao propósito de reforçar tal crítica. Todavia, o romance deve ser apreciado como um discurso crítico que se utiliza do gênero romanesco para atingir certa posição axiológica contra a escravidão. Essa função social em meio ao contexto escravista e escravocrata não pode ser menosprezada. A leitura do romance em tela se faz necessária em tempos presentes em que ainda persiste, no Brasil, a cultura escravocrata em detrimento da abolição do escravismo econômico e laboral e também por se constituir em importante obra feminina não reconhecida em sua época. Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) CNPQ 2020-01-05 info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion application/pdf http://periodicos.utfpr.edu.br/cgt/article/view/10503 10.3895/cgt.v13n41.10503 Cadernos de Gênero e Tecnologia; v. 13, n. 41 (2020); 285-301 2674-5704 1807-9415 10.3895/cgt.v13n41 por http://periodicos.utfpr.edu.br/cgt/article/view/10503/6951 Direitos autorais 2019 CC-BY-NC http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
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description Neste artigo analisamos o romance Úrsula, de autoria feminina, Maria Firmina dos Reis, escrito em meados do século XIX., sob o enfoque da análise do discurso, embasada nas obras de Bakhtin e o Círculo russo, atendo-nos à investigação contextual e formal. A escritora, em decorrência do meio patriarcal em que viveu, foi reconhecida somente no século XX. Sua obra é o primeiro romance abolicionista no Brasil. O romance é importante documento de época, trazendo, a partir da formalização estética, o cotidiano de homens e mulheres escravizados, vivendo em fazendas e casas de seus proprietários no Brasil oitocentista, estado do Maranhão. A composição do romance é bastante simples no que concerne à elaboração das personagens. As vozes que surgem das situações narrativas se descolam da ação e se veiculam como falas didáticas cujo intuito é a crítica ao cativeiro. Todas as vozes se assemelham em temática e forma, reduplicando-se. O contexto narrativo lhes dá certa autonomia desde que sirvam ao propósito de reforçar tal crítica. Todavia, o romance deve ser apreciado como um discurso crítico que se utiliza do gênero romanesco para atingir certa posição axiológica contra a escravidão. Essa função social em meio ao contexto escravista e escravocrata não pode ser menosprezada. A leitura do romance em tela se faz necessária em tempos presentes em que ainda persiste, no Brasil, a cultura escravocrata em detrimento da abolição do escravismo econômico e laboral e também por se constituir em importante obra feminina não reconhecida em sua época.
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