A reflexividade e a morte no conto Linda, uma história horrível, de Caio Fernando Abreu
Este artigo é fundamentado em estudos sobre mise en abyme e reflexividade realizados por Lucien Dallenbach (2001, 1979, 1977) e Gian Maria Tore (2014). O procedimento narrativo da mise en abyme constitui-se na desarticulação da massa textual, intervindo na rede de relações, de modo a assinalar a in...
Autor principal: | Alonso, Mariângela |
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Formato: | Artigo |
Idioma: | Português |
Publicado em: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
2023
|
Acesso em linha: |
http://periodicos.utfpr.edu.br/rl/article/view/14870 |
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peri-article-148702024-04-30T22:27:27Z A reflexividade e a morte no conto Linda, uma história horrível, de Caio Fernando Abreu Alonso, Mariângela Estudos Literários Literatura Brasileira Mise en abyme; Morte; Caio Fernando Abreu Este artigo é fundamentado em estudos sobre mise en abyme e reflexividade realizados por Lucien Dallenbach (2001, 1979, 1977) e Gian Maria Tore (2014). O procedimento narrativo da mise en abyme constitui-se na desarticulação da massa textual, intervindo na rede de relações, de modo a assinalar a intersecção de encadeamentos significativos diversos, isto é, um interessante jogo narrativo especular. O processo de escrita decorrente da mise en abyme instaura a investigação sobre o próprio ato criador que envolve a literatura. Espécie de construto artístico e crítico, a obra literária torna-se um objeto “olhante e olhado”, que questiona e é também questionado. A mise en abyme corresponde, pois, a um meio capaz de transformar e transgredir a narrativa, apresentando-se como parte integrante de um objeto estético. Nesse sentido, a hipótese formulada por este estudo constitui em pensar o procedimento narrativo da mise en abyme segundo um questionamento mais vasto, longe das amarras tradicionais do encaixe narrativo ou da repetição vertiginosa, com uma abordagem articulada à noção de reflexividade. O texto propõe uma análise do conto Linda, uma história horrível, da coletânea Os dragões não conhecem o paraíso (1988), de Caio Fernando Abreu. O conto narra uma experiência limite, a partir da reflexividade contida nos olhares trocados entre três personagens, a mãe, o filho e a cadela de nome Linda. Desse modo, a análise propõe uma leitura do conto Linda, uma história horrível, de Caio Fernando Abreu, observando a construção da reflexividade e da figurativização da morte, tema que permite identificar um momento privilegiado da obra do escritor. Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) 2023-12-11 info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion application/pdf http://periodicos.utfpr.edu.br/rl/article/view/14870 10.3895/rl.v25n47.14870 Revista de Letras; v. 25, n. 47 (2023) 2179-5282 0104-9992 10.3895/rl.v25n47 por http://periodicos.utfpr.edu.br/rl/article/view/14870/9942 http://periodicos.utfpr.edu.br/rl/article/downloadSuppFile/14870/2455 Direitos autorais 2023 CC Atribuição 4.0 http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 |
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Este artigo é fundamentado em estudos sobre mise en abyme e reflexividade realizados por Lucien Dallenbach (2001, 1979, 1977) e Gian Maria Tore (2014). O procedimento narrativo da mise en abyme constitui-se na desarticulação da massa textual, intervindo na rede de relações, de modo a assinalar a intersecção de encadeamentos significativos diversos, isto é, um interessante jogo narrativo especular. O processo de escrita decorrente da mise en abyme instaura a investigação sobre o próprio ato criador que envolve a literatura. Espécie de construto artístico e crítico, a obra literária torna-se um objeto “olhante e olhado”, que questiona e é também questionado. A mise en abyme corresponde, pois, a um meio capaz de transformar e transgredir a narrativa, apresentando-se como parte integrante de um objeto estético. Nesse sentido, a hipótese formulada por este estudo constitui em pensar o procedimento narrativo da mise en abyme segundo um questionamento mais vasto, longe das amarras tradicionais do encaixe narrativo ou da repetição vertiginosa, com uma abordagem articulada à noção de reflexividade. O texto propõe uma análise do conto Linda, uma história horrível, da coletânea Os dragões não conhecem o paraíso (1988), de Caio Fernando Abreu. O conto narra uma experiência limite, a partir da reflexividade contida nos olhares trocados entre três personagens, a mãe, o filho e a cadela de nome Linda. Desse modo, a análise propõe uma leitura do conto Linda, uma história horrível, de Caio Fernando Abreu, observando a construção da reflexividade e da figurativização da morte, tema que permite identificar um momento privilegiado da obra do escritor. |
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