Educação de surdos pelos próprios surdos: em qual escola?
A pesquisa de pós-doutorado partiu do pressuposto de que a legislação brasileira prevê que os surdos tenham direito a uma educação bilíngue, na escola de surdos ou em contextos inclusivos de educação regular junto com os ouvintes. O objetivo é investigar com os surdos qual a escola pela qual anseiam...
Autor principal: | Andreis-Witkoski, Silvia |
---|---|
Formato: | Artigo |
Idioma: | Português |
Publicado em: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
2017
|
Acesso em linha: |
http://periodicos.utfpr.edu.br/rtr/article/view/7249 |
Tags: |
Adicionar Tag
Sem tags, seja o primeiro a adicionar uma tag!
|
Resumo: |
A pesquisa de pós-doutorado partiu do pressuposto de que a legislação brasileira prevê que os surdos tenham direito a uma educação bilíngue, na escola de surdos ou em contextos inclusivos de educação regular junto com os ouvintes. O objetivo é investigar com os surdos qual a escola pela qual anseiam, justificando com suas histórias de vida a opção defendida. Durante a pesquisa, dezessete entrevistas foram conduzidas pela autora, também surda, com perguntas semiestruturadas na Língua de Sinais Brasileira (Libras), sendo que todas as ações foram filmadas. Cada participante foi convidado a dar sua posição, a favor ou contra a inclusão de pessoas surdas em escolas de ouvintes, e a defender sua posição com sua própria história escolar. Os argumentos trazidos foram confrontados com o quadro teórico ligado à abordagem socioantropológica da surdez. Os resultados mostraram que todos os participantes indicaram a escola bilíngue para surdos como o espaço ideal, justificando que a opção pelo processo inclusivo na educação regular traz perdas de linguagem, de identidade, sociais e culturais para os sujeitos surdos, mantendo-os invisíveis e isolados entre os ouvintes, submetendo-os à aprovação sem aprendizagem, à violência como o bullying entre outras situações. A pesquisa concluiu que a inclusão para surdos, em comparação com outros grupos, é um conceito diferenciado, uma vez que ela é fundamentada, basicamente, por diferenças linguísticas e culturais, o que exige que o ensino seja organizado, tanto linguística como metodologicamente. E somente em um ambiente linguístico naturalmente bilíngue, os mesmos poderão construírem-se enquanto sujeitos que possuem a Língua de Sinais como primeira língua. |
---|