Política, poder e as implicações de gênero

Neste artigo objetivou-se identificar como as mulheres percebem o poder ao estarem em um cargo político. Justifica-se o interesse por abordar as mulheres na política devido à pouca representatividade destas em espaços de poder, ainda que a simples representação de mulheres em espaços eminentemente m...

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Principais autores: Brognoli, Paula Caldas, Dias, Maria Sara de Lima
Formato: Artigo
Idioma: Português
Publicado em: Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) 2019
Acesso em linha: http://periodicos.utfpr.edu.br/cgt/article/view/8122
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Resumo: Neste artigo objetivou-se identificar como as mulheres percebem o poder ao estarem em um cargo político. Justifica-se o interesse por abordar as mulheres na política devido à pouca representatividade destas em espaços de poder, ainda que a simples representação de mulheres em espaços eminentemente masculinos não signifique, automaticamente, gerar elementos emancipatórios. É uma pesquisa qualitativa e se escolheu entrevistar as mulheres atuantes na municipalidade e duas no âmbito federal para realizar a pesquisa. Como estratégias de investigação utilizaram-se os seguintes procedimentos: observação e registro do comportamento das mulheres no ambiente de trabalho e entrevistas semiestruturadas. Como resultados tem-se o seguinte perfil das sete entrevistadas: seis com nível superior e uma com nível fundamental completo, cinco são casadas e com filhos, e uma solteira e outra divorciada sendo uma delas com filho. Da observação das rotinas na câmara (órgão legislativo) e no acompanhamento das sessões foi possível identificar que as mulheres em geral são vítimas de constrangimentos frequentes de seus pares com maior poder hierárquico. As mulheres que ocupam cargos na política foram capazes de identificar a importância do poder em suas relações cotidianas, das sete entrevistadas cinco correlacionam o poder com o tipo de trabalho desenvolvido e identificam práticas de assédio. Como considerações finais destaca-se que é preciso estimular uma maior participação política feminina uma vez que somente a presença da mulher nestes ambientes já significa uma atitude de oposição a uma cultura machista de relações de poder majoritariamente masculino. O problema da falta de poder e das tentativas de deslegitimar a presença feminina nas rotinas da câmara pode ser enfrentado com o apoio e união das mulheres em torno de seus direitos, demonstrando assim uma outra possibilidade do enfrentamento às práticas de assédio nos espaços políticos, e em um sentido mais amplo em outras dimensões da vida social da mulher na política.