HackGirls: maratona tecnológica como ação de inclusão social e de gênero para meninas de comunidades no Brasil

No Brasil, segundo dados do Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 6,4 milhões de mulheres viviam em territórios, conhecidos como favelas, que concentram vulnerabilidade, onde moradia precária, falta de saneamento básico e transport...

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Principais autores: Sarges Marruaz da Silva, Klena, Baptista Silva, Angélica
Formato: Artigo
Idioma: Português
Publicado em: Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) 2023
Acesso em linha: http://periodicos.utfpr.edu.br/cgt/article/view/16053
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Resumo: No Brasil, segundo dados do Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 6,4 milhões de mulheres viviam em territórios, conhecidos como favelas, que concentram vulnerabilidade, onde moradia precária, falta de saneamento básico e transporte convivem com o crime organizado e a ausência de políticas sociais inclusivas por parte do Estado. Além das questões que envolvem a ausência de políticas públicas para a população em geral e para as mulheres em particular, as meninas enfrentam um grande desafio para manter seus estudos e conquistar espaços profissionais, principalmente nas áreas acadêmicas STEM, onde há pouca representação das mulheres e da população oriunda desses territórios. Este artigo relata a experiência de um hackathon para meninas realizado na cidade do Rio de Janeiro (Brasil), para enfrentar desafios para a saúde de meninas em um contexto de vulnerabilidade social, onde projetos para soluções tecnológicas foram desenvolvidos a partir de desafios escolhidos por elas mesmas. O HackGirls aconteceu na Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e proporcionou às meninas, alunas de escolas públicas localizadas em comunidades da cidade, a experiência de desenvolver projetos tecnológico-científicos básicos, visando estimular a experiência de produzir Ciência a partir de seu próprio contexto de realidade. Como resultado, 10 equipes de alunas apresentaram projetos de soluções tecnológicas usando aplicativos, redes sociais e plataformas digitais para apoiar meninas a melhorar as condições de saúde mental e física, reduzir a violência contra a mulher e a exclusão de meninas das atividades associadas aos homens. O hackathon foi amplamente divulgado e selecionou os melhores projetos a serem desenvolvidos com as meninas em parceria com pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz.