Associação entre as diferentes características individuais e o desempenho coordenativo: um estudo com crianças dos 6 aos 11 anos de idade

Nas últimas décadas, nota-se uma tendência de declínio nos níveis de coordenação motora na infância com forte e negativa repercussão na vida adulta. Essas evidências fortalecem a urgência de um entendimento mais profundo sobre a relação que se estabelece entre a coordenação motora e suas variávei...

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Autor principal: Miqueletto, Polyana Nathaly
Formato: Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação)
Idioma: Português
Publicado em: Universidade Tecnológica Federal do Paraná 2020
Assuntos:
Acesso em linha: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/7859
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Resumo: Nas últimas décadas, nota-se uma tendência de declínio nos níveis de coordenação motora na infância com forte e negativa repercussão na vida adulta. Essas evidências fortalecem a urgência de um entendimento mais profundo sobre a relação que se estabelece entre a coordenação motora e suas variáveis correlatas, a que se destacam as características a nível individual. A presente proposta tem como objetivo central verificar a associação entre as diferentes características individuais, nomeadamente, IMC, níveis de atividade física (AF) e aptidão física (AptF), e os níveis de coordenação motora grossa (CMG). Foram avaliadas 327 crianças com idades entre os seis e os 11 anos, de ambos os sexos, provenientes de uma escola municipal da cidade de Curitiba, Paraná. Foram obtidas as medidas de estatura e peso corporal para o cálculo do índice de massa corporal (IMC). As crianças foram classificadas segundo seu estado ponderal (peso normal, com sobrepeso e obesas) de acordo com os critérios sugeridos pela International Obesity Task Force. Os níveis de CMG foram avaliados por meio da bateria de testes KTK. O questionário de Baecke, aplicado por entrevista direta, foi utilizado para estimar os níveis de AF habitual. Os níveis de AptF foram avaliados com um conjunto de testes: preensão, impulsão horizontal, corrida vaivém, corrida de 50 jardas e corrida/caminhada da milha. As análises estatísticas foram efetuadas no programa estatístico SPSS, versão 21.0. Em geral, meninos e meninas apresentaram valores médios similares de estatura, massa corporal e IMC, bem como de CMG. Meninos foram mais ativos e apresentaram melhor desempenho nas provas de salto horizontal e corrida/caminhada da milha comparativamente às meninas (p<0,05). Quanto ao estado ponderal, 35,7% das meninas e 33,5% dos meninos apresentaram excesso de peso. Crianças mais velhas foram mais coordenadas do que as mais novas (p<0,001). Houve associação negativa significativa entre CMG e IMC (p<0,001) assim como associação positiva entre CMG e AptF global (p<0,001). A AF total não foi um preditor significativo (p>0,05) da coordenação motora. Os resultados sugerem os efeitos negativos que o excesso de peso pode ter na CMG, e a contribuição positiva dos níveis de AptF. Essas evidências contribuem para a construção de perfis configuracionais de risco, resultado no fato de os programas de intervenção que visem a melhoras nos níveis coordenativos devam priorizar a perda de peso e o aumento dos níveis de AptF das crianças.