Concepções sobre pesquisas quantitativas, qualitativas e construção da ciência entre estudantes de graduação da UERGS

A epistemologia, enquanto campo de estudo do desenvolvimento científico, encontra-se representada por diferentes filósofos da ciência, cada qual com seu próprio sistema de explicação para o desenvolvimento científico. Apesar da diversidade de opiniões emitidas por esses filósofos e do embate que mui...

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Principais autores: Braunstein, Guilherme Kunde, Del Pino, José Claudio
Formato: Artigo
Idioma: Português
Inglês
Publicado em: Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) 2023
Acesso em linha: http://periodicos.utfpr.edu.br/rbect/article/view/15951
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Resumo: A epistemologia, enquanto campo de estudo do desenvolvimento científico, encontra-se representada por diferentes filósofos da ciência, cada qual com seu próprio sistema de explicação para o desenvolvimento científico. Apesar da diversidade de opiniões emitidas por esses filósofos e do embate que muitas vezes travam entre si, o diálogo entre eles é possível e frutífero — desde que se faça uso de metodologias próprias e que levem em conta os contextos e as buscas de cada um. Dessa forma, com base nas contribuições de diferentes epistemólogos, o presente trabalho busca identificar a compreensão de aspectos-chave das ciências junto a estudantes de cinco cursos de graduação da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS). Em termos metodológicos, a pesquisa pode ser considerada qualitativa, tendo em vista que a coleta de dados se deu por meio da realização de entrevistas semiestruturadas. Uma vez realizadas, as entrevistas foram analisadas por meio de um processo de análise textual discursiva, a qual classificou os diferentes posicionamentos dos estudantes em três temáticas principais: i) a forma como compreendem a ciência em suas áreas; ii) o papel que as pesquisas quantitativas tem em suas áreas; e iii) a possibilidade de realização de pesquisas qualitativas em cada campo. Cada uma dessas temáticas foi discutida a partir de referenciais epistemológicos. Como resultado, foi possível identificar diferentes entendimentos sobre o fazer científico, tanto entre os cursos, quanto dentro de cada curso. Também se percebeu que a estatística e os dados quantitativos têm um papel relevante para a maior parte das áreas, mesmo que seus usos e funções nem sempre sejam de total domínio dos estudantes. Por fim, verificou-se que, apesar de um número considerável de estudantes considerar possível a realização de pesquisas qualitativas dentro de suas áreas, poucos souberam dizer como esse tipo de pesquisa poderia ser instrumentalizada ou se elas seriam facilmente aceitas por suas áreas.